sexta-feira, 13 de maio de 2011

Dieta e depressão: Alimentos naturais x industrializados




Um estudo realizado por uma equipe de pesquisadores da Universidade College London, na capital britânica, indica que dietas ricas em alimentos industrializados aumentam o risco de depressão.
Em contrapartida, afirmam os pesquisadores, pessoas que comem legumes, verduras, frutas e peixe em abundância apresentam riscos menores de sofrer da condição.
O estudo, descrito na revista científica British Journal of Psychiatry, analisou informações sobre a dieta de 3,5 mil funcionários públicos britânicos e, cinco anos mais tarde, monitorou a ocorrência de depressão no grupo.
Segundo a equipe de pesquisadores, este é o primeiro estudo a vincular a dieta dos britânicos com a depressão.
Os especialistas dizem, no entanto, que - embora não seja possível excluir a possibilidade de que pessoas com depressão talvez tenham dietas menos saudáveis - é pouco provável que a alimentação seja a razão por trás dos resultados porque não foi identificada uma relação entre dieta e diagnósticos prévios de depressão.
Como foi feita a pesquisa:
Os pesquisadores dividiram os participantes em dois grupos de acordo com o tipo de dieta que seguiam.
Em um grupo ficaram os que consumiam alimentos integrais, frutas, legumes e peixe. No outro, os que comiam principalmente alimentos industrializados, como sobremesas açucaradas, alimentos fritos, carne industrializada, cereais refinados e produtos laticínios ricos em gordura.
Após levar em conta fatores como sexo, idade, educação, atividade física, doenças crônicas e o hábito de fumar, os especialistas identificaram uma diferença significativa em riscos futuros de ocorrência de depressão nos grupos.
Os que comiam mais alimentos integrais apresentaram 26% menos riscos de desenvolver depressão do que os que consumiam menos alimentos integrais.
Em contraste, os que comiam mais alimentos industrializados apresentaram 58% mais riscos de desenvolver depressão do que os que comiam poucos alimentos industrializados.
Dieta mediterrânea:
A autora do estudo, Archana Singh-Manoux, diz que é possível que os resultados sejam explicados por um fator ligado ao estilo de vida dos participantes que não tenha sido levado em consideração pelos especialistas.
"Houve um estudo mostrando que a dieta mediterrânea estava associada a riscos menores de depressão, mas o problema é que, se você vive na Grã-Bretanha, a probabilidade de você seguir uma dieta mediterrânea não é muito grande", afirma a pesquisadora.
"Então, nós queríamos observar de forma diferente as associações entre dieta e saúde mental", acrescenta.
Ainda não está claro por que alguns alimentos podem proteger contra ou aumentar os riscos de depressão, mas os cientistas avaliam que talvez haja um vínculo entre dieta, inflamações e condições como doenças cardíacas.
"Esse estudo se soma a um conjunto já sólido de pesquisas que mostram associações fortes entre o que comemos e nossa saúde mental", diz o diretor da entidade britânica Mental Health Foundation, Andrew McCulloch.
"Estudos como esse são cruciais porque são a chave para que tenhamos uma compreensão melhor da doença mental."
Dietas cada vez mais saudáveis
McCulloch acrescenta que as dietas das pessoas estão se tornando cada vez menos saudáveis. "A população da Grã-Bretanha está consumindo menos produtos frescos e nutritivos e mais gorduras saturadas e açúcares", afirma.
"Estamos particularmente preocupados com os que não podem ter acesso a alimentos frescos ou moram em áreas onde existe um número alto de restaurantes de fast food e comida para viagem."

Como é a Dieta Mediterânea

A dieta mediterrânea - que, acredita-se, protege contra doenças cardíacas e o câncer - pode ajudar também a prevenir a depressão, indica um estudo feito por pesquisadores espanhóis.
A dieta se baseia em alimentos que tradicionalmente são consumidos nas cidades às margens do Mar Mediterrâneo, daí o seu nome. Ela inclui grãos integrais, hortaliças, oleaginosas, azeitonas, azeite de oliva extra virgem e menos carnes vermelhas, que são substituídas pelo consumo de peixe.
Os cientistas espanhóis constataram na pesquisa que pessoas que seguem essa dieta têm 30% menos chances de desenvolver depressão.

Padrões Alimentares
A equipe, das Universidades de Las Palmas e Navarra, monitorou 10.094 adultos saudáveis durante quatro anos e publicou seu estudo na revista científica Journal of the American Medical Association.
A equipe recrutou estudantes universitários e pediu que eles preenchessem questionários com informações sobre seus hábitos alimentares.
Com base nas informações, os pesquisadores calcularam a adesão dos participantes à dieta mediterrânea durante um período de, em média, 4,5 anos.
Os que apresentaram maiores índices de adesão à dieta tendiam a ser homens, ex-fumantes, casados e mais velhos.
Depressão
Eles também eram mais ativos fisicamente e apresentavam um consumo total de energia mais elevado.
Os pesquisadores identificaram 480 novos casos de depressão durante o período em que monitoraram os participantes - 156 nos homens e 324 nas mulheres.
O estudo concluiu que os que apresentavam maior adesão à dieta tinham 30% menos probabilidade de ter depressão.
O estado civil, o número de filhos e outros indicadores associados a estilos de vida saudáveis também foram considerados pelos pesquisadores ao se calcular a probabilidade de desenvolver a desordem.
Consequências da depressão
O pesquisador Miguel Martinez-Gonzalez, da Universidade de Navarra, disse que os resultados terão de ser confirmados em estudos mais longos e com mais participantes, mas acrescentou que o atual estudo encontrou uma forte associação inversa entre a dieta mediterrânea e depressão.
"Trinta por cento é uma redução grande no risco e isso poderia ser muito importante considerando-se quão sérias são as consequências de uma depressão."
Gonzalez disse ainda que é provável que a dieta de maneira geral seja mais importante do que o efeito de componentes individuais.
Benefícios da dieta mediterrânea
A psicóloga clínica Cecilia D'Felice disse que há cada vez mais evidências de que a dieta é importante no tratamento da depressão.
Ela disse: "O que nós sabemos é que uma dieta rica em azeite de oliva aumenta a quantidade disponível de serotonina".
"A maioria dos antidepressivos trabalha para manter mais serotonina no cérebro."
Outra pesquisa recente demonstrou que a dieta mediterrânea reduz risco de obesidade entre adultos. Também o óleo de oliva, um componente importante da dieta mediterrânea, pode prevenir e tratar o Mal de Alzheimer.
Como é a dieta mediterrânea
• Rica em ácidos graxos monosaturados como o azeite de oliva
• Consumo moderado de álcool e laticínios
• Baixo consumo de carne vermelha
• Alto consumo de legumes, verduras, frutas, castanhas, cereais e peixe

Um comentário:

  1. adorei saber que nao estou so tem + pessoas que tem esse problema

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Obrigada por sua amizade!!